sexta-feira, 21 de maio de 2010

Afinal, o que querem as mulheres ???

Blog de malu53 :'Contos e Sonhos', Rei Arthur - O que querem as mulheres?A

O jovem Rei Arthur foi surpreendido pelo monarca do reino vizinho enquanto caçava furtivamente num bosque. O Rei poderia tê-lo matado no ato, pois era o castigo para quem violasse as leis da propriedade, contudo se comoveu ante a juventude e a simpatia de Arthur e lhe ofereceu a liberdade, desde que no prazo de um ano trouxesse a resposta a uma pergunta difícil. 

A pergunta era: O que querem as mulheres? Semelhante pergunta deixaria perplexo até o mais sábio, e ao jovem Arthur lhe pareceu impossível de respondê-la. 

Contudo aquilo era melhor do que a morte, de modo que regressou a seu reino e começou a interrogar as pessoas: a princesa, a rainha, as prostitutas, os monges, os sábios, o bobo da corte, em suma, a todos e ninguém soube dar uma resposta convincente. 

Porém todos o aconselharam a consultar a velha bruxa, porque somente ela saberia a resposta. O preço seria alto, já que a velha bruxa era famosa em todo o reino pelo exorbitante preço cobrado pelos seus serviços. 

Chegou o último dia do ano acordado e Arthur não teve mais remédio senão recorrer a feiticeira. Ela aceitou dar-lhe uma resposta satisfatória, com uma condição: primeiro aceitaria o preço. Ela queria casar-se com Gawain, o cavaleiro mais nobre da mesa redonda e o mais intimo amigo do Rei Arthur! 

O jovem Arthur a olhou horrorizado: era feíssima, tinha um só dente, desprendia um fedor que causava náuseas até a um cachorro, fazia ruídos obscenos... nunca havia topado com uma criatura tão repugnante. 

Acovardou-se diante da perspectiva de pedir a um amigo de toda a sua vida para assumir essa carga terrível. 

Não obstante, ao inteirar-se do pacto proposto, Gawain afirmou que não era um sacrifício excessivo em troca da vida de seu melhor amigo e a preservação da Mesa Redonda. 

Anunciadas as bodas, a velha bruxa, com sua sabedoria infernal, disse: O que realmente as mulheres querem é Serem Soberanas de suas próprias vidas!! 

Todos souberam no mesmo instante que a feiticeira havia dito uma grande verdade e que o jovem Rei Arthur estaria salvo. 

Assim foi, ao ouvir a resposta, o monarca vizinho lhe devolveu a liberdade. Porém que bodas tristes foram aquelas.....toda a corte assistiu e ninguém sentiu mais desgarrado entre o alívio e a angústia, que o próprio Arthur. Gawain, se mostrou cortês, gentil e respeitoso. 

A velha bruxa usou de seus piores hábitos, comeu sem usar talheres, emitiu ruídos e um mau cheiro espantoso. Chegou a noite de núpcias. 

Quando Gawain, já preparado para ir para a cama, aguardava sua esposa, ela apareceu como a mais linda e charmosa mulher que um homem poderia imaginar! Gawain ficou estupefato e lhe perguntou o que havia acontecido. 

A jovem lhe respondeu com um sorriso doce, que como havia sido cortês com ela, a metade do tempo se apresentaria horrível e outra metade com o aspecto de uma linda donzela. 

Então ela lhe perguntou qual ele preferiria para o dia e qual para a noite. Que pergunta cruel...Gawain se apressou em fazer cálculos... 

Poderia ter uma jovem adorável durante o dia para exibir a seus amigos e a noite na privacidade de seu quarto uma bruxa espantosa ou quem sabe ter de dia uma bruxa e uma jovem linda nos momentos íntimos de sua vida conjugal. 

Vocês, o que teriam preferido? ... O que teriam escolhido?????A escolha que fez Gawain está, mais adiante, porém, antes tome a sua decisão. ATENÇÃO É MUITO IMPORTANTE QUE VOCÊ SEJA SINCERO.

O nobre Gawain respondeu que a deixaria escolher por si mesma. Ao ouvir a resposta, ela anunciou que seria uma linda jovem de dia e de noite, porque ele a havia respeitado e permitido ser SOBERANA DE SUA PRÓPRIA VIDA. 

MORAL DA HISTÓRIA... Não importa se a mulher é bonita ou feia ... no fundo ela é sempre uma bruxa ou uma fada... ela se transformará de acordo com a forma que você a tratar...

terça-feira, 18 de maio de 2010

18 de Maio: dia de enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes

   O primeiro passo dessa luta é entender a diferença entre abuso e exploração sexual. Porquê? Porque como todo problema social exige um entendimento preciso para uma interveção também precisa.
    Quando se fala em abuso refere-se à todas as violências sexuais que uma criança ou adolescente sofre no ambiente familiar, escolar e comunitário e que não envolve a exploração comercial. Já quando se fala em exploração sexual estamos falando do que antigamente era chamada de prostituição infantil.  Não se trata de uma mera questão de  terminologia. Crianças e  adolecentes  não se prostituem pois tal fato só ocorreria como opção, escolha consciente, o que não é o caso. Crianças e adolescentes em fase peculiar de desenvolvimente (como é preceito do ECA) não estão  aptas ou preparadas a decidir ou escolher à respeito de tal assunto.
     Outro aspecto a entender à respeito dessa questão é que nesses casos existem tanto a violência interpessoal , como a violência social e estrutural que vitima crianças e adolescentes. Para cada uma dessas situações as intervenções também são diferentes.
    Em geral busca-se a a criminalização do agressor numa  situação de violência interpessoal, mas pouco se fala das outras intervenções tão necessárias que sem elas a revitimização sempre acaba ocorrendo ou a prevenção não ocorre.
     O atendimento às crianças e adolescentes bem como às suas familias é tão importante como a criminalização dos agressores, pois reduz a revitimização e as sequelas. Ela precisa ser feita com qualidade.
   Quando se fala em exploração sexual, as intervenções adiquirem outros sentidos. Os grupos sociais vulneráveis à esse tipo de violência precisam de politicas públicas diversas que diminuam suas vulnerabilidades. Questões sócio-econômicas, culturais, étnicas e raciais são fatores que contribuem com essa vulnerabilização. Toda intervenção que fortaleça a identidade desses grupos, contribui previnindo essas situações. Familias, grupos e comunidades que recuperam ou preservam a ética do cuidado e que são socialmente valorizados não diminuem 'seu preço' na luta pela sobrevivência, expondo filhos e filhas (muitas vezes vendendo mesmo) aos grupos não tão éticos assim (turistas, elite mal resolvida na sua sexualidade e que prefere compar sexo com crianças e adolescentes à tratar seus desvios, aliciadores, dentre outros).
     A interveção integral seja na prevenção ou no tratamento dos casos ocorridos deve ser uma meta a ser alcançada por todos que querem contribuir com a solução desse problema. Faça sua parte.       
  

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Contradição


Maçã de lata
Livro de prata
Tesoura de algodão.
No mundo a contradição
Que a arte retrata.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Não resistir ao novo é....

Dentre outras coisas:

1 - O comando de greve  e os professores  reconhecerem a luta do governo e dos gestores da educação e todas as inovações por ele construída nos últimos anos;

2 - O comando de greve, os professores, o governo e os gestores da educação pararem de competir em torno de um discurso competente ( uma 'boa imagem) para bem passar junto à população ( muitas vezes tentando manipula-la). Ambos terem uma postura ética com a população;


3 - Ter uma postura ética é:
                                            O governo não negar o direito legítimo à greve dos professores e não desconsiderar suas legítimas reivindicações tentando convecer a população e manipula-la contra os grevistas;

                                            Os grevistas não jogarem a população contra o governo como se este não estivesse lutando por melhorias na educação;

4 -  O governo parar de contabilizar os feitos e contabilizar também o que falta fazer (que é mmmuuuiito) bem como seu potencial de realização e levar tudo para a mesa de negociação;

terça-feira, 11 de maio de 2010

Por que tanta resistência ao novo??

De nada adianta o discurso competente
  se a ação pedagógica é impermeável
                          à mudanças.
                         (Freire,1999)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A moça tecelã

Lendo esse conto de  Marina Colasanti perdi alguns medos de viver.

Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear.

Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.
Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.

Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos  do algodão  mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.

Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.

Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.

Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranqüila.

Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado.

Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponto dos sapatos, quando bateram à porta.

Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando em sua vida.

Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.

E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.

— Uma casa melhor é necessária — disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.

Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente.

— Para que ter casa, se podemos ter palácio? — perguntou. Sem querer resposta imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.


Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.

Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.

— É para que ninguém saiba do tapete — ele disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: — Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!

Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo.

Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.
Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins.  Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.
A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em volta.  Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.
Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.