quarta-feira, 11 de abril de 2012

Tsura


Escrita a partir das histórias contadas pelo índio Luiz Pretinho,durante pesquisa de campo do Grupo de Estudos dos Povos Nativos - GEPON
Um lugar perdido no tempo,
Uma caverna de pedra onde tinha muita gente
Todo mundo estava lá.
Era no tempo das malocas
Os bichos falavam assim como a gente,
Tsura era muito danado
Tinha na sua história tantas outras histórias
Que nunca teriam fim
São histórias de várias vidas de um povo
Que esqueceu o caminho da convivência – Muchalauê
Hoje vive num caminho pra não morrer
Hoje apenas não morreu
Será que vive?

Eliana Ferreira de Castela

sábado, 7 de abril de 2012

Poe[amar]

O pensamento obtuso
da razão objetiva
que enquadra nós e a realidade
em essências que não mudam.
Arde nos olhos,
dói na alma a verdade assim vivida.
E assim está criada a aridez desértica da vida.
A poesia é água, é sonho,
metáforas que não explicam.
Mata a sede.
Desprende amarras e livra.
Leio poemas como quem anda em labirintos,
decifrando sentidos possíveis,
para desvendar a charada.
De lida em lida, o vício se instala.
Não faço poemas como quem busca rimas.
Poeamando sou dona da bola e da jogatina.