sábado, 26 de agosto de 2017

Marina apoiou Aécio. E daí?

         Daí  que todas as vezes quando o campo PT/PMDB/PSDB começa a se asfixiar no mar de lama criado por eles mesmos, vem um petista agarrado no rabo da saia desse embaraço dizendo: -Mas Marina apoiou Aécio. Sim. Todo brasileiro com um nível razoável de informação sabe disso.  Mas vamos refletir um pouquinho sobre os fatos e contexto dessa informação, refrescar a memória. Por falar em memória vou trazer aqui um parágrafo do pensamento de um historiador francês, chamado Pierre Nora, para nos inspirar: "A memória é vida, sempre carregada por grupos vivos e, ela está em permanente evolução, aberta a dialética da lembrança e do esquecimento, inconsciente das suas deformações sucessivas, vulnerável a todos usos e manipulações, suceptível de longas latências  e de repentinas revitalizações." (NORA,1993:09). Então, inspirados nessa dança dialética de lembrar e esquecer vamos tentar evoluir, superando as deformações inconscientes. Convido aqui aqueles que não foram engolidos pela falta de ética, aqueles que têm ouvidos para me ouvir, que ao ouvir não tentam desclassificar a todo custo minha opinião, que me respeitam, para acompanhar um raciocínio.    
        Vamos usar a memória voltando no tempo, não muito longe para não ficar difícil de entender, e dar uma paradinha no primeiro turno de 2014.Aquele clima todo  de eleição e então os estrategistas descobrem, observando pesquisas eleitorais, que Marina Silva pode ser a única candidata com chances de derrotar Dilma.Sim. Ela era a portadora da maior chance de derrotar Dilma e o PMDB de Temer e Renan. Depois de um tempo considerável de polarização entre PT e PSDB, os eleitores desse último partido não votariam em Dilma num segundo turno. A maioria estava muito acirrada contra. Os anti - petistas de direita, também prefeririam qualquer um, menos Dilma e o PT. Isso é tão certo que esses todos se juntaram aos traidores da chapa Dilma/Temer para fazerem o impeachment. Já num  quadro onde Dilma enfrentaria Aécio ela poderia contar com eleitores de Marina que migrariam para ela, pois são gente assim como eu, de um campo político que está insatisfeito com o PT, mas contribuiu e contribui com lutas sociais, de direitos humanos, contra as privatizações, etc... Pois então... esses estrategistas, diante desse quadro, escolheram Aécio para o segundo turno de 2014. Foram os estrategistas do PT que escolheram o Aécio para estar no segundo turno. Orientaram marqueteiros e militância para o  ódio, a notícia falsa e tudo que a gente nem imagina, para derrotar Marina logo no primeiro turno. Deu certo. Funcionou a estratégia. Mas Marina não fez o jogo como esperavam e decepcionou muitos, e muitos aumentaram seu ódio contra ela, agora supostamente justificado. O que Marina fez? Não foi vingança como muitos dizem. Se fosse eu no lugar dela talvez seria. Não por que sou má, mas porque sou fraca. Votei até na Dilma para tentar me apaziguar, me penitenciando pelos sentimentos que me tomavam  naquela situação toda. O que Marina fez foi Política, com P maiúsculo. Negociou apoios as suas lutas. Não negociou cargos e espaços políticos. Mas dirão: -O Aécio não faria o que o PT não fez. Marina sabe disso. Certo. Não faria e não fará. Mas na política com P maiúsculo usamos o capital que temos para comprometimentos. Comprometimentos que serão monitorados, cobrados, pautados em todas as negociações futuras. E quais foram as pautas negociadas com Aécio e que não poderiam ser confiadas à Dilma? Já haviam sido confiadas. Em 2010, Dilma se comprometeu com 10% do PIB para educação. Em 2014 Marina cobrou e Dilma não explicou e nem se propõe a explicar porque não deu. O desmatamento zero nunca foi um compromisso do PT. Aécio, que sabemos que não faria, nem fará, se comprometeu. O PT colocou Kátia Abreu e o agronegócio expansionista e desmatador em baixo do braço. Criou cobra que já a devorou e está nos devorando. Bateu tanto no PSDB e esqueceu que a raposa do Temer/PMDB se nutria para devorá-la. Se você teve a gentileza de acompanhar meu raciocínio agradeço. Reflita e inspire-se para dialogar com suas próprias memórias. Eu, de minha parte, vou registrando essa lembrança por aqui, para não esquecer, pois 2018 já bate a porta e querem a todo custo fazerem a gente esquecer nossa história, as verdades que presenciamos e atravessam nossas vidas e almas.

sábado, 12 de agosto de 2017

Jubieu de ouro

Fazer 50 anos,jubileu de ouro, meio século, pede uma pausa de reflexão. Confesso que nessa idade tem uma parte de mim que sente umas dores. Dores da matéria gasta, dores das cicatrizes da alma, mas quando me distancio em busca de um conforto encontro eu mesma livre dessas dores.Numa data como essa tento inventariar coleções do que acumulei durante anos para expor, mas encontro muito pouco. Quando começo a me entristecer por isso, vou descobrindo que a vida sempre me desafiou a ser muito e ter pouco, nunca me deu moleza nesse quesito. E de novo encontro eu mesma, aquela que sempre fui, que sou e sempre serei.
Nasci em tempos finais da ditadura no Brasil(1967), cresci nos tempos de abertura democrática e vivi minha juventude no ápice da luta por direitos e democracia e agora, na meia idade, assisto com uma certa tristeza, um tanto de frustração, decepção e desconforto a esculhambação geral da República. A única coisa que não aquebranta meu espírito é a consciência de que toda ação tem uma revanche, portanto, boa parte do que assisto é o estertor de um modelo que finda. Na vida pessoal, familiar e amorosa é sempre o paradoxo de me identificar e diferenciar ao mesmo tempo, de não me acostumar com algumas coisas que todo mundo diz: "é assim mesmo", de prevalecer a divergente enquanto desejo convergir. Hoje que a vitalidade já inicia a queda prefiro não estressar muito e me poupar mais. Em qualquer das dimensões vou assim tecendo uma mediação entre meu Ser gentil, terno e amoroso, esperançoso, otimista, feliz e essa carcaça que aos poucos vai ficando dolorida, pesada e perdendo seu prazo de validade. E por fim gratidão por todas as felicitações e vibrações positivas desejando a minha felicidade, participando nessa festa virtual que se insere na festa que transcende essa caixinha e se expande pelo universo afora.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Inexplicável amor

Não me encaixo
na moldura que você bem trabalhou
Sou impraticável
na teoria que você bem elaborou
Não me adapto
ao padrões que você bem definiu
Portanto, me deixe de fora,
me ignora
Me deixe ser quem eu sou
Longe de seus olhos cansados
Nos braços de um inexplicável amor

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Enquanto isso no palácio....


- Mordomo, traga o jantar!
- Sim, senhora!
- Snif! Snif! O que é isso? Que fedor é esse? Parece com aquele cheiro do porão....são múmias?
- Não, senhora, são meus amigos!
-Seus amigos?! Mas você não é só um mordomo de enfeite de filme de terror?!
- Não, senhora, eu sou o Conde Drácula e esses são meus ministros.


Não gosto nenhum pouco de filme de terror, prefiro comédia, romance, ficção científica, filmes históricos....mas tem uma galera aí que gosta. Exercitando minha tolerância com gosto alheio.

Treze dicas pra confortar meus amigos petistas:



1. Quando a gente está se sentindo derrotado é melhor olhar para as lições que a vida está nos dando;
2. Jamais coloque a raposa para cuidar do galinheiro;
3. Prefira a autocrítica em lugar de um marqueteiro que venda uma falsa imagem da realidade;
4.Não troque alianças históricas por alianças conjunturais;
5. Prefira as alianças programáticas em lugar das pragmáticas;
6. Só façam alianças pragmáticas se estas não ferirem seus valores e princípios;
7.As mudanças só acontecem fora se antes aconteceram dentro da alma de cada um;
8. Estude mais sobre a humildade;
9. Tudo que sobe um dia tem que descer; A gente colhe aquilo que planta;
10. O que é construído coletivamente pertence ao coletivo e não à indivíduos;
11.O PMDB é o PMDB, ele não vai mudar por causa de você;
12. Governabilidade é um "bicho" bem mais complexo do que você imagina;
13. Nunca abandone suas raízes;


Ps. Existem mais mistérios entre o céu e a terra do que pressupõe nossa vã filosofia: Depois de 13 anos governando o Brasil, numa sexta-feira 13 (a única de 2016) o PT desce a rampa do Planalto para entregar o "osso".

sexta-feira, 6 de novembro de 2015