quinta-feira, 28 de junho de 2012
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Filme Antigo
Ele era um
jovem idealista e sonhador como esses jovens que existem em todas as sociedades
e tempos. O incomodava o mundo maquinado. Queria muda-lo. Nas veias, na mente e
na alma tinha muito da crítica chapliana aos tempos modernos. O maquinismo e a
insensibilidade eram vilãos na maioria de suas guerras.
Ele a conheceu
e encantou-se com aqueles encantamentos que ninguém define bem de onde veem.
Quando a olhava a via encantada também. Ela
tinha sensibilidades, como ele.
Venceram
muitas batalhas juntos, mas um dia ele não a conheceu mais. Ela começou a cultivar algumas sensibilidades que ele não alcançava, nem entendia.
Separaram-se.
Ele foi
reconhecido como herói das sensibilidades. Recebeu muitas medalhas, troféus e
homenagens. Em pedra sua sensibilidade histórica
era contada.
Altos bustos em pedra lançavam enormes sombras
às sensibilidades dela e na maquinaria envolviam o último amor que cultivava.
Assim na escuridão de um casulo respirou seu lugar.
Mas agora
chegara enfim a liberdade. Asas cresciam para um voo ao destino: o infinito.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Aprendendo com as adversidades
"Quando meu primo de 14 anos me abusou sexualmente (aos três anos de idade) eu entrei feliz pela cozinha da casa pois teria um bebê igualzinho a minha boneca. Até hoje não sei se meu pai acreditou na minha inocência, na ausência de malícia ou se não. Mas hoje entendo e perdoo a confusão pois aprendi muito sobre a autoimagem."
"Quando um homem bateu em meu rosto deixando ele roxo, eu entendi que ele estava sendo sincero e, naquele momento, ele não estava mecanicamente me "amando". Ele sentia raiva de mim e estava frustrado porque eu era uma mulher real e não a fantasia que ele tinha imaginado."
"Quando aquele homem casado insistiu pra ter um caso e eu, carente cai, vacilei, fraquejei eu entendi que teria que ama-lo muito para perdoa-lo por ter me oferecido um lugar tão indigno no mundo. Entendi muito também sobre a importância da auto-estima e sobre o meu verdadeiro lugar."
"Quando meu primo de 18 anos me abusou eu tinha oito anos. Apanhei do meu pai. Fiquei com vergões roxos nas pernas. Me senti culpada. Fiquei deprimida. Sofri muito pois todos tratavam como preguiça. Jurei que para pagar meus pecados e conseguir um lugar no céu eu me tornaria freira. Hoje entendo meus pais. Eles estavam confusos e foi assim que aprenderam."
"Quando meu pai me disse que eu não ia prestar eu me senti rejeitada. Até hoje tento provar para ele que eu posso prestar sim."
"Quando meu companheiro me estuprou eu entendi que vivíamos em tempos diferentes. Ele no tempo em que as mulheres tinham 'obrigação de servir ao marido' e eu no tempo em que as mulheres são donas do próprio corpo. Com isso aprendi muito sobre minha sexualidade."
"Quando meu marido me traiu com minhas amigas, eu aprendi que ele não estava preparado para ser um homem casado. Eu o deixei. E aprendi muito sobre casar e levar vida de solteiro."
"Quando meu primeiro namorado, aquele com quem perdi minha virgindade, me contou que, no mesmo tempo em que começara a namorar comigo também começara a namorar outra garota, que ela também tinha perdido sua virgindade com ele, que agora ele queria deixa-la pra ficar só comigo, que ela queria se suicidar, eu o compreendi e fiz que pude pra ajudar a resolver da melhor maneira a situação. Quando um amigo dele me roubou um beijo, mesmo sem eu querer, ele me humilhou, me fez sentir a pior mulher do mundo e terminou comigo. Eu pedi que ele me perdoasse (pelo crime que eu não cometi) e jurei que amaria ele por toda minha vida. Ele voltou só pra me humilhar mais e se vingar.Então eu o deixei."
"Quando meu namorado, na primeira noite que saímos, tentou fazer sexo comigo (eu estava afim mas não estava preparada, naquele dia eu podia ficar grávida) eu disse não. Ele tentou me estuprar. Prendeu minhas mãos atrás do corpo. Eu mordi seu rosto tentando me defender.Então um grito de terror saiu do meu peito. Ele me largou e eu corri. Eu nunca entendi muito bem porque os homens não estão preocupados em evitar a gravidez. Penso que é porque aprenderam que isso é coisa de mulher."
Esses são alguns depoimentos de mulheres que sofreram violências diversas em suas vidas. Todas lutam pra superar as sequelas desses maus tratos.
Ps.Todas autorizaram a publicação desses depoimentos.
"Quando um homem bateu em meu rosto deixando ele roxo, eu entendi que ele estava sendo sincero e, naquele momento, ele não estava mecanicamente me "amando". Ele sentia raiva de mim e estava frustrado porque eu era uma mulher real e não a fantasia que ele tinha imaginado."
"Quando aquele homem casado insistiu pra ter um caso e eu, carente cai, vacilei, fraquejei eu entendi que teria que ama-lo muito para perdoa-lo por ter me oferecido um lugar tão indigno no mundo. Entendi muito também sobre a importância da auto-estima e sobre o meu verdadeiro lugar."
"Quando meu primo de 18 anos me abusou eu tinha oito anos. Apanhei do meu pai. Fiquei com vergões roxos nas pernas. Me senti culpada. Fiquei deprimida. Sofri muito pois todos tratavam como preguiça. Jurei que para pagar meus pecados e conseguir um lugar no céu eu me tornaria freira. Hoje entendo meus pais. Eles estavam confusos e foi assim que aprenderam."
"Quando meu pai me disse que eu não ia prestar eu me senti rejeitada. Até hoje tento provar para ele que eu posso prestar sim."
"Quando meu companheiro me estuprou eu entendi que vivíamos em tempos diferentes. Ele no tempo em que as mulheres tinham 'obrigação de servir ao marido' e eu no tempo em que as mulheres são donas do próprio corpo. Com isso aprendi muito sobre minha sexualidade."
"Quando meu marido me traiu com minhas amigas, eu aprendi que ele não estava preparado para ser um homem casado. Eu o deixei. E aprendi muito sobre casar e levar vida de solteiro."
"Quando meu primeiro namorado, aquele com quem perdi minha virgindade, me contou que, no mesmo tempo em que começara a namorar comigo também começara a namorar outra garota, que ela também tinha perdido sua virgindade com ele, que agora ele queria deixa-la pra ficar só comigo, que ela queria se suicidar, eu o compreendi e fiz que pude pra ajudar a resolver da melhor maneira a situação. Quando um amigo dele me roubou um beijo, mesmo sem eu querer, ele me humilhou, me fez sentir a pior mulher do mundo e terminou comigo. Eu pedi que ele me perdoasse (pelo crime que eu não cometi) e jurei que amaria ele por toda minha vida. Ele voltou só pra me humilhar mais e se vingar.Então eu o deixei."
"Quando meu namorado, na primeira noite que saímos, tentou fazer sexo comigo (eu estava afim mas não estava preparada, naquele dia eu podia ficar grávida) eu disse não. Ele tentou me estuprar. Prendeu minhas mãos atrás do corpo. Eu mordi seu rosto tentando me defender.Então um grito de terror saiu do meu peito. Ele me largou e eu corri. Eu nunca entendi muito bem porque os homens não estão preocupados em evitar a gravidez. Penso que é porque aprenderam que isso é coisa de mulher."
Esses são alguns depoimentos de mulheres que sofreram violências diversas em suas vidas. Todas lutam pra superar as sequelas desses maus tratos.
Ps.Todas autorizaram a publicação desses depoimentos.
terça-feira, 5 de junho de 2012
domingo, 27 de maio de 2012
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Diálogos amorosos
Ela: Diga que me ama. Prometa que vai me amar toda a vida.
Ele: Porquê você quer que eu prometa? Te amo agora. Minhas promessas não serão a garantia de que te amarei.
Ela: Se você prometer me sentirei mais confiante.
Ele: Pra quê? Pra se iludir? Você precisa confiar em mim, na minha capacidade de amar sem que eu te faça promessas.
Ela: Não consigo. Pra confiar assim eu preciso conhecer você.
Ele: Eu não me conheço cem por cento, me surpreendo comigo mesmo e sou falível, por isso não sou totalmente confiável.
Ela: Eu também sou assim. Então não somos confiáveis cem por cento. Como então amar e se entregar?
Ele: Não sei. Sei que o amor é como uma plantinha que precisa ser regado todos os dias e adubado sempre pra não morrer.
Ela: Mas as plantinhas também morrem quando completam seu ciclo, mesmo que durem uma vida inteira.
Ele: O ciclos vem e vão como as estações: inverno e verão, outono e primavera, mas um amor pode atravessar todos eles e se renovar a cada ciclo.Além disso existem os mistérios do além que fazem com que o amor transcenda os próprios ciclos.
Ela: Lindo isso que você falou. Mas como se faz isso?
Ele: Não sei, estou aprendendo.
Ela: Vamos aprender juntos?!
Ele: Porquê você quer que eu prometa? Te amo agora. Minhas promessas não serão a garantia de que te amarei.
Ela: Se você prometer me sentirei mais confiante.
Ele: Pra quê? Pra se iludir? Você precisa confiar em mim, na minha capacidade de amar sem que eu te faça promessas.
Ela: Não consigo. Pra confiar assim eu preciso conhecer você.
Ele: Eu não me conheço cem por cento, me surpreendo comigo mesmo e sou falível, por isso não sou totalmente confiável.
Ela: Eu também sou assim. Então não somos confiáveis cem por cento. Como então amar e se entregar?
Ele: Não sei. Sei que o amor é como uma plantinha que precisa ser regado todos os dias e adubado sempre pra não morrer.
Ela: Mas as plantinhas também morrem quando completam seu ciclo, mesmo que durem uma vida inteira.
Ele: O ciclos vem e vão como as estações: inverno e verão, outono e primavera, mas um amor pode atravessar todos eles e se renovar a cada ciclo.Além disso existem os mistérios do além que fazem com que o amor transcenda os próprios ciclos.
Ela: Lindo isso que você falou. Mas como se faz isso?
Ele: Não sei, estou aprendendo.
Ela: Vamos aprender juntos?!
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Tsura
Escrita a partir das histórias
contadas pelo índio Luiz Pretinho,durante pesquisa de campo do Grupo de
Estudos dos Povos Nativos - GEPON
Um lugar perdido no tempo,
Uma caverna de pedra onde tinha muita gente
Todo mundo estava lá.
Era no tempo das malocas
Os bichos falavam assim como a gente,
Tsura era muito danado
Tinha na sua história tantas outras histórias
Que nunca teriam fim
São histórias de várias vidas de um povo
Que esqueceu o caminho da convivência – Muchalauê
Hoje vive num caminho pra não morrer
Hoje apenas não morreu
Será que vive?
Eliana Ferreira de Castela
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