domingo, 4 de dezembro de 2011

Bicharada


Sou amiga do gato, do cachorro e do papagaio. Quando o papagaio cisma que é mais meu amigo do que os demais, dana-se a prognosticar que devo ser assim também. Quando o cachorro briga com o gato, quer que eu brigue também. No meio da bicharada, eu como macaca velha, sei que todas as águas um dia sempre passam debaixo das pontes, ou se evaporam e se juntam formando nuvens no céu, ou deságuam e se encontram nas ondas do mar.

sábado, 13 de agosto de 2011

Transgredir e transcender


Tuas mãos conversam com minha pele e atiram no lixo meu SER.
Teus lábios me dizem ‘verdades’ desmentidas pelo teu olhar.
Teu gesto constrói falsas pontes e verdadeiras muralhas que só aumentam o abismo da desigualdade entre nós.
Na solidão resisto, reconstruo meu SER na ressignificação do lixo.
Na história busco a verdades transcendentes a nós e às nossas ilusões.
No gesto detono muralhas, mapeio trilhas inéditas, construo barcos para a travessia.
Mas tudo isso não basta. Constrói-se apenas como uma diferença nas mazelas do turbilhão de desigualdades.
Reconheço: justiça é uma utopia no mundo dos humanos.    
Transcendo para a justiça de além.
Concluo: melhor que transgredir a ordem dada é transcender a injustiça instalada.         

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Carreira Solo

Estive na última sexta-feira em um encontro intitulado: conversa com Marina Silva. Calada estava, calada fiquei. Cansaço emocional conjuntural. Gostei do nível elevado da conversa que assisti. Marina sempre isnpirada, iluminadíssima. O Toinho sempre provocando com suas leituras incomuns da realidade. A conversa foi se afunilando para o que fazer (ou ser?). Faz  alguns anos que, depois de ter feito um alto investimento em contruções coletivas, constatei a apropriação indevida, por alguns, do bem resultante do suor de muitos(as). Me senti lesada e então decidi seguir uma carreira solo. Hoje meu grupo é a sociedade em geral. Sabem aquela brincadeira de crianças(quem tem põe/quem não tem tira)? É alguma coisa parecida que faço, nos lugares por onde circulo. E assim vou caminhando, às vezes com pressa, às vezes devagar. A maturidade traz dessas coisas pra vida da gente.           

domingo, 31 de julho de 2011

O conhecimento

O conhecimento caminha lento feito lagarta.

Primeiro não sabe que sabe e voraz contenta-se com o cotidiano orvalho deixado nas folhas vividas das manhãs.

Depois pensa que sabe e se fecha em si mesmo.Faz muralhas, cava trincheiras ergue barricadas. Defendendo o que pensa saber, levanta certeza na forma de muro orgulhando-se de seu casulo.

Até que maduro explode em vôos rindo do tempo que imaginava saber ou guardava preso o que sabia. Voa alto sua ousadia reconhecendo o suor dos séculos no orvalho de cada dia.

Mesmo o mais belo vôo descobre um dia não ser eterno.É tempo de acasalar, voltar a terra com seus ovos à espera de novas e mosaicas lagartas.

O conhecimento é assim, ri de si mesmo e de suas certezas.

É meta da forma

Metamorfose

Movimento

Fluir do tempo que tanto cria como arrasa a nos mostrar que para o vôo é preciso tanto o casulo como a asa.

Mauro Iasi

sábado, 16 de julho de 2011

A delicadeza

...não é sinônimo de afeminamento. É elevação ética e moral. Consciência refinada pelo saber. Pró-atividade. Generosidade e gentileza nas relações(politicas de convivência). Inteligência e habilidade pra lidar com a alteridade e a diferença. Sensibilidade.Amor.

Um gesto

...um gesto pressupõe intenções, ações, atitudes, palavras,pensamentos, sentimentos.

O que quero

  Quero o primor construído pela delicadeza do gesto.