sábado, 26 de março de 2011

Lembrança

...é o lugar que resta de um tempo que já se foi e de um espaço modificado.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Ensinos e desensinos

      Começaram as aulas do mestrado. Quando fui fazer a matricula (três semanas atrás) um acontecimento simples foi muito significativo para mim e portanto merece registro. Enquanto eu esperava o ônibus na parada da UFAC, um senhor sentou-se ao meu lado. Comentou sobre o calor. Respondi comentando que estavamos em periodo de mudança de lua e provavelmente choveria (não entendo muito sobre a influência da lua no tempo, mas cresci ouvindo meus pais falarem disso e às vezes arrisco alguns palpites baseada na intuição). Então, ele disse: - Quando eu morava no seringal eu sabia tudo sobre a mudança de lua, mas quando vim trabalhar na Universidade esqueci  todos esses conhecimentos. Perguntei quanto tempo ele trabalhava lá e ele respondeu: - Faz mais de trinta anos e lembro de você, quando estudou aqui. E completou: -Você não mudou nada.
        Fiquei pensando...como uma instituição que deve promover o conhecimento é responsável por danos como esse?? - Que contradição!!!
        Sei que devo estar alerta à tudo isso pois não quero ser mais uma aumentando a contradição.   

 

terça-feira, 22 de março de 2011

El amor después del amor


El tiempo vendrá
cuando, con gran alegría,
tú saludarás al tú mismo que llega
a tu puerta, en tu espejo,
y cada uno sonreirá a la bienvenida del otro,
y dirá, siéntate aquí. Come.
Seguirás amando al extraño que fue tú mismo.
Ofrece vino. Ofrece pan. Devuelve tu amor
a ti mismo, al extraño que te amó
toda tu vida, a quien no has conocido
para conocer a otro corazón,
que te conoce de memoria.
Recoge las cartas del escritorio,
las fotografías, las desesperadas líneas,
despega tu imagen del espejo.
Siéntate. Celebra tu vida.

                     Derek Welcott
           ver mais em: http://amediavoz.com/walcott.htm                 

sexta-feira, 18 de março de 2011

Dor da saudade

Nasce de uma tensão,
Na luta contra um muro que não existe,
Pra voltar à um tempo e um lugar
Que também já não existem mais.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Mais coisas de amor

Adélia Prado em sua sabedoria poética nos diz...

"Amor violeta


O amor me fere é debaixo do braço,

de um vão entre as costelas.

Atinge meu coração é por esta via inclinada.

Eu ponho o amor no pilão com cinza

e grão de roxo e soco. Macero ele,

faço dele cataplasma

e ponho sobre a ferida."

 
Diz também...
 
"Confeito

Quero comer bolo de noiva,

puro açúcar, puro amor carnal

disfarçado de corações e sininhos:

um branco, outro cor-de-rosa,

um branco, outro cor-de-rosa."

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Amor: questões ontológicas.

  Às vezes penso em propor uma reforma gramatical.
  Nela o  verbo amar jamais seria conjugado no pretérito.Não faz sentido conjuga-lo assim. É incoerente com a natureza do amor.É próprio do amor ser eterno, quando não é assim pode ser qualquer outra coisa menos amor. O amor portanto é sempre um eterno presente.
  Uma das regras seria que o amor jamais pode ser acompanhado de adjetivos. Por exemplo: amor carnal  ou amor físico - isso não existe. Se você ama somente a carne (físico) de alguém é porque não o ama de fato. Amar alguém é uma forma de perceber que existe um ser que dá vida ao carnal. Se não se percebe isso não é amor.
  O amor incondicional por exemplo é outra forma de considerar que existe um mercado, um toma lá dá cá que muitos chamam de amor. É próprio da natureza do amor ser sem condições, sem 'se' e senões.
  Não posso dizer que nunca me enganei com essas regras. Que elas sempre foram claras para mim. Se dissesse isso estaria a mentir.
  Foi pelos caminhos sofridos do coração que concebi essa reforma.
  E hoje sei bem o que estou a dizer e posso comprovar cada uma dessas leis de amor. 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Oração ao sol ou Gayatri

Sol, vós que sois a fonte de todo poder,
cujos raios iluminam o mundo inteiro,
iluminai igualmente o meu coração
para que também ele possa fazer a vossa obra.